Curtas do Dal
Adalberto Guazzelli
Um dia, você acorda e se dá conta de que o tempo passou, aliás, voou e, diante dessa recém descoberta percebe-se que as mudanças vão muito além do ESPELHO. Em poucos minutos de reflexão, lembro de situações, pessoas e prioridades que simplesmente deixaram de ser relevantes, (se é que algum dia realmente foram), diversas preocupações e predileções que são apenas sombras do que já foram. Nesse novo estado de lucidez em relação ao tempo, um sentimento estranho e nostálgico me invadiu nesta manha quando montei a mesa para o café e, enquanto esperava a água ferver caminhei até um quarto, vazio, (ocupado apenas pelas fotos, bichinhos de pelúcia e um pequeno raio de sol refletido pela escrivaninha que ajudou a preparar o futuro da ex habitante do comodo). Seguindo ao próximo, ví ainda dormindo um menino lindo de cabelos encaracolados, (que desde sempre tenta me ensinar a jogar futebol), me aproximo com cuidado para lhe dar um beijo e, ao observar o seu tamanho sob as cobertas me dou conta mais uma vez que o tempo, implacavelmente passou. De certa forma me irritei com essa frenética passagem de fases e me percebi resmungando: "CATZZO, quem deu permissão a ele de fazer isso? Quem deu permissão ao tempo de mudar tudo, de absorver nossa realidade e, de sumir com as xícaras da minha mesa? Em instantes eram 4 viraram 3, e diante da sua rapidez insana, sei que em breve serão só duas"...
Não queria mais isso, não queria mais essa sensação, não queria mais esse tempo intruso tão rápido acabando e alterando tudo. Tempo, Tempo, Tempo contra essa força, não há quem possa...????
Adalberto Guazzelli
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