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Cia do Tijolo estreia “Restinga de Canudos” com temporada gratuita no CEU Carrão, na Zona Leste

O espetáculo homenageia a educação feita em movimentos populares e emociona ao narrar histórias de pessoas que resistiram à Guerra de Canudos, provocando reflexões sobre o Brasil e suas raízes profundas.

Por: Redação
27/11/2024 às 18h18
Cia do Tijolo estreia “Restinga de Canudos” com temporada gratuita no CEU Carrão, na Zona Leste

Cia do Tijolo estreia "Restinga de Canudos": um olhar profundo sobre as histórias esquecidas da Guerra de Canudos

Nos dias 04, 05 e 13 de dezembro de 2024, com entrada gratuita e tradução em LIBRAS, a Cia do Tijolo ( @ciadotijolo ) estreia seu novo espetáculo "Restinga de Canudos", com apresentações no teatro do CEU Carrão, no Tatuapé, Zona Leste de São Paulo. A montagem promete emocionar e provocar reflexões sobre o Brasil e suas raízes profundas.

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Em sua nova montagem, a Cia do Tijolo propõe uma reinterpretação sensível e impactante da Guerra de Canudos, que, ao invés de focar apenas no grande nome de Antônio Conselheiro, volta os olhos para as histórias das pessoas comuns que viveram e resistiram em Canudos, no sertão da Bahia, no final do século XIX. 

O que torna a Guerra de Canudos, um dos episódios mais trágicos da história do Brasil, uma história relevante ainda hoje? Quais vozes foram silenciadas por trás do conflito armado? Para a Cia do Tijolo, a chave para essa resposta está nas histórias invisíveis, nas vidas de pessoas que, ao lado de guerrilheiros e líderes, teceram o cotidiano do vilarejo. 

 

"Restinga de Canudos" não busca recriar o embate militar ou glorificar herois, mas iluminar as figuras de mulheres, como as professoras militantes, beatos rezadores, agricultores, poetas populares e outros personagens que formaram o tecido social da cidade do interior.

Neste espetáculo, o foco recai sobre pessoas anônimas, cuja luta diária, longe dos holofotes da história oficial, ecoa nas memórias de uma resistência que se deu não apenas nas trincheiras, mas no campo, nas escolas e na cultura popular. O trabalho das professoras, figuras centrais na formação da consciência crítica da época, é celebrado, especialmente por sua atuação como agentes de transformação, resistência e militância política. A Cia do Tijolo faz uma homenagem a essas figuras, cujas ações e discursos são pouco reconhecidos na narrativa oficial.

A direção de Dinho Lima Flor e Rodrigo Mercadante dá à montagem uma abordagem intimista e visceral, que mergulha nas emoções e nas vidas daqueles que não eram os protagonistas da história, mas que foram essenciais na construção de uma resistência que ressoou muito além da tragédia. 

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O elenco é composto por Dinho Lima Flor, Rodrigo Mercadante, Karen Mennati, Odília Nunes, Artur Mattar e João Bertolai, com a trilha sonora ao vivo dos músicos Marcos Coin, Dicinho Areias e Maurício Damasceno, criando uma atmosfera envolvente e tocante.

O espetáculo também dá continuidade às pesquisas da Cia do Tijolo sobre a educação popular e a arte, fundamentais para a sua constituição e prática artística. A companhia reafirma o papel da arte como ferramenta de resistência e construção da memória coletiva, oferecendo um novo olhar sobre uma parte dolorosa, mas essencial da história do Brasil.

Cia do Tijolo e o teatro que exalta os educadores e a educação libertadora

A Cia do Tijolo nasceu com o objetivo de usar o teatro como espaço de reflexão sobre temas essenciais para a sociedade. Desde seu primeiro espetáculo, "Concerto de Ispinho e Fulô", inspirado em Patativa do Assaré, até "Restinga de Canudos", a companhia tem colocado em destaque a educação popular, a resistência social e, principalmente, o papel dos educadores na construção de um Brasil mais justo e consciente.

Em montagens inspiradas em Paulo Freire, como "Ledores no Breu" e "Guará Vermelha", o grupo celebra a educação como ferramenta libertadora, capaz de transformar vidas. Seu trabalho é uma constante homenagem aos educadores, especialmente às professoras, que, com sua docência militante, formam consciências críticas e destemidas, fundamentais para qualquer mudança social.

A Cia do Tijolo reafirma, com sua arte, que educar é, acima de tudo, um ato de resistência e de amor — um amor que transforma e liberta.

O projeto "Restinga de Canudos", que inclui a montagem e apresentações do novo espetáculo da Cia do Tijolo, foi contemplado no edital PROAC Nº 01/2023 – Programa de Ação Cultural – ProAC Teatro / Produção de espetáculo inédito no Estado de São Paulo - Secretaria de Cultura, Economia e Indústria Criativas.

Informações: www.facebook.com/ciadotijolo,  www.instagram.com/ciadotijolo,  www.ciadotijolo.com.br

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SERVIÇO: Espetáculo ""Restinga de Canudos""
Com Cia do Tijolo
Sinopse: Restinga de Canudos mergulha nas pequenas histórias de resistência do vilarejo de Canudos, dando voz a personagens comuns como duas professoras, uma poeta popular, agricultores, beatos, cantadores, um juremeiro e um indígena. O espetáculo ilumina o cotidiano dessas pessoas e, especialmente, o papel das educadoras no fortalecimento da consciência crítica e na luta por um Brasil mais justo. Com uma narrativa poética e sensível, faz uma homenagem à docência militante, destacando a educação popular como força transformadora e essencial para a construção de um futuro coletivo.
Duração: 90 minutos
Onde: Teatro do CEU Carrão - Carolina Maria de Jesus - Endereço: Rua Monte Serrat, 380 - Tatuapé, São Paulo – SP
Datas e horários: 
04 de dezembro de 2024 (quarta-feira) às 20h
05 de dezembro de 2024 (quinta-feira) às 20h
13 de dezembro de 2024 (sexta-feira) às 14h
Classificação Livre
Entrada gratuita 
Informações e agendamento para grupos e escolas: [email protected]
Capacidade: 250 lugares
Acessibilidade: Elevadores e rampas de acesso. Tradução em LIBRAS.
Estacionamento: Não

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