Temos estado cansados, por vezes exaustos.
Quando parece físico, nos damos uma noite de sono. Não parece ser o suficiente.
Quando o cansaço parece mental, nos damos uma noite de folga de tudo aquilo que nos exaure. Tampouco parece ser suficiente.
Quando parece ser espiritual, nos damos a chance de certo contato com a natureza, com nossa possível comunidade, nos aproximamos, silenciamos e buscamos a paz fugida; fugitiva. O alívio é momentâneo, é furtiva a sensação do não cansaço.
Verdade caro leitor, que demais detalhes nos apregoam, nos fatigam, mas não nos damos conta.
A crise da confiança, crise da verdade, crise das relações, do importar-se verdadeiramente com o outro e consigo mesmo, traz mais do que um cansaço temporâneo, traz um excesso de falta.
A falta de laços que antes se firmavam em solo forte, hoje já balança nossas estruturas e nossas relações no mundo do trabalho, no mundo das possíveis amizades, laços afetivos, laços familiares.
Ainda assim, que nos cansemos, não nos fatiguemos, pois assim perderíamos o fôlego.
E a ideia do “um dia após é outro” é justo isto: o de renovar as esperanças e da busca de uma paz que não seja fugaz, de uma segurança que se estabeleça por excesso de confiança, mas sim pelo fato de esperar o suficiente do outro, esperar o suficiente de mim mesma – e de cuidar para que o esperar não se transforme em espera demasiada, que não enfraqueça os ossos. Flor que não floresce, apodrece, já diz o sábio.
Sendo assim, que setembro, deste ano de 2024, venha desanuviando nossos telúrios, nossos cansaços e nos permita ser fortes dentro da fragilidade de nosso ser.
E, viva setembro!
Abraços,
Bárbara Soares.
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