É o que diz a incrível canção de Arnaldo Antunes, de quem sou fã, a respeito de sintomas clássicos de anedonia, condição clínica em que a pessoa simplesmente parece não sentir as coisas, nem dor, nem raiva, ódio, nada. Uma pessoa assim fica apática, quase como se estivesse fora do mundo, praticamente um zumbi. Se você acaso convive com uma pessoa nessas condições, não julgue. A pessoa não é indiferente, tampouco está te sonegando afeto, mas sim passando por um momento crítico e difícil.
Há alguns artigos que tratam da anedonia, mas não é algo muito discutido em lugar nenhum, afinal, preferimos falar acerca dos sentimentos, seja na literatura, ou nos fóruns de discussão. Quem quer falar sobre não sentir nada? É algo tão perturbador, por nos dar impressão de estarmos quase mortos. Essa possibilidade é tão chocante, porque é praticamente uma cegueira afetiva e algo mais complexo, porque no fim das contas, uma deficiência física é visível. Tratar de elementos invisíveis como a anedonia e depressão é sempre um grande desafio, já que amigos, parentes e a própria pessoa não lidam bem com isso. Mas é preciso. A depressão modifica o cérebro de várias formas, machuca o doente. A anedonia é como estar numa grande floresta escura, sem rumo, sem conseguir sair, como se estivéssemos à espera de um anjo que nos retirasse dela.
Há vários motivos para que alguém fique assim. O mundo bate forte na gente e amiúde não temos ninguém para nós consolar, dividir nossas dores e frustrações. Muitas vezes, construímos fortalezas sentimentais para fugir da dor, entretanto não nos damos conta de que também podemos estar construindo nossa própria prisão emocional.
Certa vez, um amigo me contou que se sentiu triste por não ter vontade de comprar um ovo de Páscoa para o próprio filho: “eu fiquei triste por não estar triste”, contou. A pessoa nesse estado, muitas vezes fica paralisada, sem saber o que está havendo, se achando insensível e sendo tida como insensível pelos outros.
Não sou psicólogo, nem da área, portanto, não sou apto para fazer considerações clínicas sobre doenças mentais. O que posso dizer aqui nesse artigo, envolve mais um aspecto humano, ligado à sensibilidade e à necessidade de compreender momentos difíceis. Se você se encontra nesse estado, felizmente é possível reverte lo por meio de medicamentos e terapia. Não sinta vergonha, procure um psiquiatra ou psicólogo de sua confiança. Esse texto é sobretudo um apelo para que não realizemos julgamentos precipitados a respeito de quem parece não sentir nada. Só parece. Somos seres humanos, a emoção está toda lá dentro, perdida no meio da química intrincada de nossos cérebros. E se por acaso você, amigo leitor, estiver assim, não se cobre demais. Todos temos momentos de fraqueza. Procure ajuda de um profissional de sua confiança.
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